Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Para enfrentar uma possível incursão dos Estados Unidos no país, a Venezuela posicionou tropas perto de sua costa caribenha e decidiu colocar as armas “nas mãos da população”.
Os Estados Unidos enviaram navios e aviões de guerra ao Caribe sob argumento de uma operação antidrogas na região. Para o governo de Maduro, o avanço é uma agressão que visa promover uma mudança de regime para se apoderar do petróleo venezuelano.
Nas semanas recentes, as forças armadas dos Estados Unidos realizaram ataques na área contra navios que supostamente se dedicavam ao tráfico de drogas, resultando na morte de pelo menos 27 indivíduos.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, declarou: “Segundo a Constituição venezuelana, o monopólio das armas é propriedade do Estado; o governo decidiu que as armas do país, propriedade do Estado, sejam entregues ao povo para sua proteção”.
“E é isso que temos feito”, acrescentou Cabello, que também é vice-presidente do partido. “Estamos em uma fase de agressão (...) de cerco”, assegurou.
Na quinta-feira (16), as emissoras locais de televisão informaram que o governo de Maduro estava alocando tropas em pontos estratégicos devido à aproximação dos navios dos Estados Unidos.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, defendeu a utilização do “poder militar” americano na batalha contra cartéis associados a Maduro.
O presidente da Venezuela rejeita as acusações e, por outro lado, declara que o país está sendo exposto à “ameaça militar mais devastadora e extravagante da história”.
Na presença das forças militares dos Estados Unidos, Maduro estabeleceu exercícios contínuos e convocou o recrutamento militar de civis, que estão sendo treinados no uso de fuzis.
Na quarta-feira (15), Trump declarou ter dado permissão para operações secretas da CIA na Venezuela e revelou estar avaliando ataques terrestres contra as organizações criminosas do país.
Pelo menos quatro navios de supostos traficantes de drogas foram destruídos pelas forças militares dos Estados Unidos. Caracas considerou o ataque a essas pequenas embarcações como “execuções extrajudiciais” e uma “decisão de morte” em alto-mar.
Na sexta-feira, a Venezuela pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para impedir os Estados Unidos de cometer um “crime internacional”. Conforme Caracas, a administração Trump está tentando “criar um conflito” para justificar uma invasão.