Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
Dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) mostram que morreram mais de 5 mil pessoas na Bahia este ano por conta de doenças respiratórias. Cerca de 2,5 mil mortos estavam na faixa etária a partir de 80 anos.
De acordo com o o pneumologista e Diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Dr. Guilhardo Fontes Ribeiro, estas enfermidades são mais frequentes neste período porque é comum a baixa umidade do ar, as alterações bruscas de temperatura e o aumento da poluição atmosférica, fatores preocupantes para quem sofre de doenças respiratórias crônicas.
“Além disso, o frio pode ressecar a mucosa das vias aéreas. Quando a temperatura cai, nós suamos menos, tendemos a beber pouca água, o que favorece esse ressecamento da mucosa, deixando-a muito mais sensível a um grande leque de doenças alérgicas e infecciosas, especialmente as virais. Sem contar que durante o inverno, aumenta a poluição, porque a dispersão da poluição não vai para grandes altitudes, irritando ainda mais as vias aéreas, abrindo espaço para as infecções”.
Outro fator que deve ser considerado, segundo o pneumologista, são as aglomerações. “Durante o inverno, as pessoas ficam mais aglomeradas, em ambientes fechados, pouco arejados, o que favorece a disseminação dessas doenças”, observa.
“Atrapalha a qualidade de vida, dificulta o sono, deixa as crianças mais agitadas e os adultos mais nervosos. Ela pode complicar porque acumula secreção na nasofaringe, favorecendo a sinusite, que é infecciosa. Então, a pessoa pode ter sinusite, que se manifesta por secreção amarelada, dor facial, dor ocular, eventualmente, uma paralisia facial, dor de garganta, febre”, aponta.
Outro problema extremamente associado é a asma.
“O estreitamento torácico, aumento da frequência respiratória, chiado no peito, tudo desencadeado por um fator alérgeno do ambiente, como poeira, cheiro forte, que pode surgir como fator desencadeante”.
As bronquites, que podem ser alérgicas ou infecciosas, também podem ter sua incidência elevada nesse período.
“Podem se apresentar com tosse, catarro amarelado. Se você tem gripe, apresenta melhora, e três ou quatro dias volta a ter tosse, catarro amarelo, já sabe que é bronquite aguda ou pneumonia”, enfatiza.
MAIOR RISCO
O alerta do especialista é mais importante, sobretudo, para as crianças com idade abaixo de cinco anos e os idosos, porque estão com o sistema imunológico em formação ou já debilitado. “As alergias e infecções são mais severas nestes períodos. No fim da vida, existe um fator agravante, que são as várias doenças associadas, como doenças cardiovasculares”.
Um maior risco também se apresenta em pessoas obesas. “Quando eles contraem uma pneumonia, por exemplo, têm grandes chances de desenvolver as formas graves, então é importante ter um cuidado especial”, conta.
Por Bahia Notícias