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O retorno da aproximação entre o Progressistas e a gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PTpode ter um empecilho a menos. Crítico recorrente do Partido dos Trabalhadores, o senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, pode ter flexibilizado alguns movimentos de diretórios estaduais.
Mesmo ainda sem firmar a adesão direta ao governo, o PP segue dialogando com o governo para concretizar a aproximação. E um dos principais trunfos para um desfecho positivo na negociação seria a relação do presidente estadual, deputado federal Mário Jr., e o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira. Apesar de ser um opositor ferrenho do PT na seara federal, o cenário na Bahia poder estar diferente.
Em contato com o Bahia Notícias, interlocutores da cúpula do PP baiano sinalizaram que o Ciro teria dado o aval para aproximação com o governo. Ainda no final de 2024, mediante um encontro entre os dois presidentes, ambos dialogaram e avaliaram o saldo eleitoral da disputa municipal. O pacto teria relação em “manter o partido com forte representação na Bahia”, facilitando a gestão federal da legenda.
Ainda em 2024, o cenário era distinto. Em conversa com o Bahia Notícias, Ciro garantiu que se dependesse dele o Progressistas estaria longe da administração petista. “Faço oposição ao governo e não ao Brasil. O governo tem sido um desastre até agora, se dependesse de mim não estaríamos com nenhum membro do nosso partido compondo o governo”, comentou o senador.
Aós romper com o PT em 2022 para apoiar a candidatura de ACM Neto (Uniãoao governo da Bahia, o PP ensaia o retorno ao ninho petista há algum tempo. No período, um longo debate foi feito, passando também por uma ingerência do próprio Ciro Nogueira, que, ao lado do deputado federal João Leão fizeram força para um rompimento ao grupo petista.
Questionado pela reportagem do BN sobre o cenário baiano, o senador Ciro Nogueira evitou alongar o assunto ao afirmar que cada diretório tem a sua autonomia e reforçou o tom crítico ao PT. Ele também garantiu que em 2026, a nível nacional, PP e PT não estarão do mesmo lado e não devem marchar juntos. "Se depender do Progressistas, nós queremos distância do Partido dos Trabalhadores. Uma coisa eu posso garantir: em 2026, nacionalmente o PP estará na oposição ao PT, em hipótese alguma estaremos com eles", finalizou.
JERÔNIMO AGUARDA
Com o PP em ebulição na capital baiana, Jerônimo Rodrigues (PT), preferiu não comentar o clima de instabilidade da legenda em um município específico. O gestor estadual, contudo, reforçou que mantém o desejo de que o partido integre a sua base política. A declaração foi feita na manhã da última quarta-feira (5), na abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), onde Jerônimo fez a leitura da mensagem aos deputados estaduais. Além disso, Rodrigues indicou que o PP tem ajudado sua gestão com os mandatos dos parlamentares.
POLÊMICA NO PP
Nos últimos dias, vereadores do PP emitiram uma nota alertando o cenário de incerteza dos eleitos pela legenda em Salvador. Um dos pontos apresentados foi justamente a pressão para o ingresso integral do partido na base governista estadual.
Na sequência, uma apuração do Bahia Notícias revelou que a reunião mencionada por Cacá teria sido marcada pela tentativa de conter um movimento de saída dos vereadores. Além disso, a ausência de diálogo direto com o prefeito Bruno Reis (Uniãoseria um dos motivos para insatisfação, além da ausência no cumprimento de pactos feitos antes das eleições.
Com votação expressiva, o partido elegeu o mais votado da cidade, Jorge Araújo, além de Maurício Trindade, Sidninho, George Gordinho da Favela e Sandro Filho. Mesmo assim, o partido pode não ser contemplado com uma secretaria, possibilitando ainda a subida de um suplente, no caso, Sandro Bahiense.
Por Bahia Notícias