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Na primeira reunião com Galípolo na presidência, BC aumenta Selic em 1% e taxa sobe para 13,25% ao ano

Publicada em: 29/01/2025 19:24 - Economia

Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

 

Como já era aguardado por praticamente a unanimidade dos agentes do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copomdo Banco Central elevou em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia brasileira. Com a decisão tomada nesta quarta-feira (29), a Selic aumentou de 12,25% para 13,25% ao ano.

 

Esta foi a primeira reunião do Copom neste ano de 2025, e também a primeira sob o comando do atual presidente, Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Roberto Campos Neto, que ficou os últimos quatro anos no cargo. Essa também foi a primeira reunião com os três novos diretores do BC também indicados por Lula e aprovados pelo Congresso Nacional no final do ano passado.

 

A decisão para o aumento em 1% na taxa de juros foi tomada de forma unânime por todos os nove membros do Copom. Esse foi o quarto aumento seguido nos juros desde o início do governo Lula. 

 

Quando Lula tomou posse na cadeira presidencial, em 1º de janeiro de 2023, a Selic estava em 13,75%. Esse patamar foi mantido até agosto daquele ano, quando o Copom deu início a um período de cortes progressivos na Selic, diante do momento que o país vivia de inflação controlada e abaixo do teto da meta. Naquele mês, o Copom cortou os juros em 0,5%, derrubando a taxa para 13,25%.

 

Na sequência, o Banco Central promoveu seis cortes seguidos na taxa básica de juros, chegando a maior do ano passado com uma queda total de 2,75%, de 13,25% para 10,5%. Esse patamar foi mantido em mais duas reuniões, e a partir do encontro do Copom de setembro do ano passado, os juros iniciaram uma nova trajetória de alta, diante de dados sobre aumento da inflação e piora nas contas públicas. 

 

Desde a reunião de setembro, foram necessárias apenas quatro reuniões do Copom para a taxa Selic subir de 10,5% para os atuais 13,25%, os mesmos 2,75% que foram cortados durante seis encontros dos diretores do Banco Central entre 2023 e 2024. E a taxa deve subir novamente mais um ponto percentual na próxima reunião do colegiado, nos dias 18 e 19 de março, levando os juros para 14,25%. 

 

O mercado não só já aguardava esse aumento de 1% na Selic nessa primeira reunião com Gabriel Galípolo na presidência do BC, como já aposta que a taxa de juros deve chegar a 15% até o meio do ano. A expectativa é da manutenção de uma postura cautelosa e conservadora dos membros do Copom diante dos indicadores que mostram uma conjuntura econômica de intensas pressões inflacionárias.

 

Na análise de agentes financeiras, o desemprego em patamares baixos (6,1% até novembro), aumentam tanto a renda média (R$ 3.285quanto a massa salarial das famílias, o que favorece um cenário de inflação. Também pesa nas avaliações o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAem 12 meses, que foi de 4,83%, segundo dados do IBGE, que ficou acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%. 

 

A inflação tende a ser afetada, ainda, pelo câmbio, que permanece próximo dos R$ 6, mesmo com a queda verificada nos últimos dias. De acordo com o boletim Focus, a expectativa é de que a inflação chegue a 5,5% ao final de 2025.

 

Além da questão da piora nos indicadores e das incertezas no ambiente externo, há ainda no radar do Copom as dificuldades da equipe econômica do governo Lula em encontrar soluções para o problema fiscal. O mercado segue sem confiar que o governo está disposto a promover cortes de gastos para estabilizar a dívida pública, e enquanto não houver indicação de um esforço para contornar esse problema que mina a credibilidade do Palácio do Planalto, o Banco Central seguirá aumentando a taxa de juros reunião após reunião. 

 

Por Bahia Notícias

 

 

 

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