Prefeitos baianos encerram mandato em 2024 e buscam vaga legislativa na eleição de 2026
Foto: Montagem / Bahia Notícias
Ao fim das eleições municipais de 2024, dezenas de gestoresbaianos já iniciaram o processo de transição de seus mandatos para deixar ocargo mais alto dos municípios em 01 de janeiro de 2025. Entre aqueles queestão em seu segundo mandato consecutivo, e conseguiram ou não eleger umsucessor, e aqueles que não conseguiram se reeleger, alguns prefeitos baianosjá estão mirando voos mais altos: cargos parlamentares.
Conforme apuração do Bahia Notícias, ao menos 18 gestoresmunicipais já indicaram a pretensão de disputar as eleições de 2026 tendo emvista os cargos eletivos para uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia, comodeputados estaduais, e Câmara dos Deputados em Brasília, como deputadosfederais.
Entre os pretendentes à disputa pelo eleitorado na próximaeleição, a maioria dos gestores, 17 dos 18, são homens e estão filiados aoProgressistas, PT e PSD, com quatro gestores cada. MDB aparece com trêspostulantes; União com dois prefeitos e PDT com apenas um supostocandidato.
Em ordem alfabética pelo nome dos prefeitos, devem secandidatar a um dos cargos legislativos disponíveis em 2026: Adriano Lima (PP)de Serrinha; Antônio de Anízio (PT), de Itacaré; Elinaldo Araújo (União), deCamaçari; Joaquim Neto (PSD), de Alagoinhas; Júlio Pinheiro (PT), de Amargosa;Luciano Pinheiro (PDT), de Euclides da Cunha; Mário Alexandre (PSD), de Ilhéus;Marcelo Emerenciano (PT), de Cocos; Marcelo Pedreira (PP) de GovernadorMangabeira; Marcus Vinicius (MDB), de Vera Cruz; Moema Gramacho (PT), de Laurode Freitas; Pitágoras (PP), de Candeias; Reinaldinho (MDB), de Xique-Xique;Ricardo Mascarenhas (PP), de Itaberaba; Rodrigo Hagge (MDB), deItapetinga;
Rony Moitinho (PSD), de Iguaí; Thiancle Araújo (PSD), deCastro Alves; e Zito (União), de Barreiras.
Conheça os gestores:
Em Serrinha, na região sisaleira, o prefeito Adriano Lima(PP) deve deixar o posto mais alto da cidade após eleger o seu sucessor, Cyro(MDB) na gestão municipal. Em seu primeiro mandato, o médico se elegeu com23.235 mil votos, em 2016, e chegou a 24.436 votos em sua reeleição em 2020. Onúmero chega perto da porcentagem atingida pelo deputado estadual mais votadoem 2022: Pancadinha (Solidariedade) que se elegeu com 27.338 votos emItabuna.
Antônio de Anízio (PT), atual prefeito de Itacaré, no litoralsul, tambémdeve pleitear um cargo na AL-BA, conforme anunciado em outubro deste ano. Em2016, Anízio foi eleito com 4.437 votos, quase a metade do apoio conquistado em2020, com 8.008 votos totais. Em 2024, o prefeito ajudou a eleger Nego deSaronga, do PT, como seu candidato à sucessão.
Na região metropolitana de Salvador, o prefeito de Camaçari,Elinaldo Araújo (União) mantém articulações para chegar ao legislativo em 2026.Com dois mandatos à frente do município, Elinaldo (União) foi eleito em 2016com 73.994 mil votos e ampla margem contra Luiz Caetano (PT). Em 2020, a margemdiminui, com 68.927 votos, e em 2024, o candidato à sucessão, Flávio Matoschegou ao 2° turno, porém sem sucesso. No entanto, em ambos os casos, a margemde votos de Elinaldo na 3° maior cidade da Bahia garantiria a margem necessáriapara uma vaga na Assembleia.
Em Alagoinhas, no agreste baiano, o prefeito Joaquim Neto(PSD) chegou ao Executivo Municipal após receber 25.684 votos nas urnas em 2016e outros 28.268 votos na reeleição em 2020. Em 2024, Gustavo Carmo, do PSD ecandidato à sucessão, também conseguiu se eleger ao lado de Joaquim. A relaçãodo prefeito com o legislativo já é de proximidade, levando em conta a atuaçãoda deputada Ludmilla Fiscina, deputada estadual e esposa de Joaquim Neto, emprol da região.
O prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT), deixa aprefeitura em 2024 após eleger o sucessor Getúlio Sampaio (PT) com 12.441votos, 55,93% dos votos válidos. Em 2016, o gestor foi eleito com 10.500 votosem seu primeiro mandato e chegou a 14.169 mil votos (72,76%) no pleitoseguinte. Para 2026, informações obtidas pelo Bahia Notícias apontam que ogestor se articula para ocupar um cargo na AL-BA ou em Brasília, a depender dasdefinições do partido.
Em Euclides da Cunha, a cerca de 330 km de Salvador, oprefeito Luciano Pinheiro (PDT) também deve ir em busca de um cargo nolegislativo baiano. Em 2016, sob a alcunha de Dr. Luciano, o gestor atingiu16.735 votos, e superou a marca em 2020, com 20.057 votos. Nas eleições deoutubro, o gestor também garantiu a sucessão municipal para o seu partido, coma eleição de Heldinho (PDT).
No litoral sul baiano, o prefeito Mário Alexandre, o Marão(PSD), de Ilhéus, deixa o cargo ocupado entre 2017 e 2024 no dia 31 dedezembro. Apesar de não ter conseguido eleger um sucessor ao cargo, Marão tevesucesso em seus últimos pleitos pessoais: 36.019 em 2016 e 37.290 votos em2020, ambas as votações seriam suficientes para um cargo legislativo naAssembleia.
Marcelo Emerenciano (PT), prefeito de Cocos, município noextremo oeste do estado, deve pleitear um cargo legislativo após deixar omandato nas mãos do sucessor, Clevy (PT). Nos últimos mandatos, o gestor,conhecido como “Dr. Marcelo”, foi eleito com 6.886 votos, em 2020, e 6.167 em2016. Em 2026, informações apontam que a definição entre uma candidatura adeputado federal ou estadual ainda está por vir, no entanto, com apoio dosatores políticos na região - a exemplo de São Félix do Coribe, onde foi homenageadocom o título de cidadão honorário - o pleito se faz possível.
O prefeito de Governador Mangabeira, no Recôncavo baiano, oprefeito Marcelo Pedreira (PP) deixa o cargo ocupado por quatro anos após aeleição de Manuela, candidata à sucessão, também pelo PP. Em 2016, o gestor foieleito em 1° mandato com 7.238 votos e 7.095 no segundo, em 2020. No próximopleito, o gestor pode se dedicar à própria eleição para um cargo legislativoestadual ou federal.
Em Vera Cruz, na região metropolitana de Salvador, o prefeitoMarcus Vinicius (MDB), entrega as chaves do município para o sucessor, Igor(MDB), após ter sido reeleito em 2020, com 86,29% (20.966 mil votos) dos votosválidos. A popularidade do gestor no município pode ser investida em um pleitoem 2026, ainda sem definição sobre um cargo estadual ou federal.
Já em Lauro de Freitas, também na Região Metropolitana deSalvador, a prefeita em 4° mandato, Moema Gramacho (PT), deve retornar a umafunção já conhecida ao final de sua gestão no dia 31 de dezembro. Em suacarreira de quase 30 anos na política baiana, a gestora já passou por quasetodos os cargos disponíveis, como vereadora de Salvador (1997), deputadaestadual (1998 - 2005), prefeita de Lauro de Freitas (2005-2012 e 2017-2024),deputada federal (2015-2017) e secretária de estado (2013-2014). Seu históricoe a margem de sua reeleição em 2020, com 50.680 mil votos, já demonstram asboas chances do pleito em 2026.
O prefeito de Candeias, Dr. Pitágoras (PP), é outro que deixao cargo no executivo municipal ao final de 2024. Ao eleger Eriton Ramos,candidato à sucessão no município, o gestor agrega mais uma vitória aocurrículo, que já possui um histórico de bons números na cidade: Foram 26.163mil votos em 2020, já na sua reeleição e 25.504 em 2016. Os números apontam umaprojeção positiva para 2026, em busca de um cargo na Assembleia baiana.
Em Xique-Xique, o prefeito Reinaldo Braga Filho (MDB) tambémpode buscar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara em 2026. Em seuquarto mandato à frente do município (2005-2012 e 2017-2024), gestor tambémpossui um histórico familiar na política da região: seu pai, Reinaldo TeixeiraBraga, chegou a ocupar um cargo na AL-BA até 2022.
Na região do Piemonte do Paraguaçu, o prefeito de Itaberaba,Ricardo Mascarenhas (PP) também deixou o mandato após perder a campanha pelasucessão de seu vice, Davi Anjos (Avante) nas eleições de outubro. No entanto,em 2016, o gestor obteve 16.445 votos em seu primeiro mandato e 16.725 nosegundo. Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, para 2026,Mascarenhas deve apostar em uma campanha pelo legislativo estadual oufederal.
O prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), também aparecena lista como um dos prováveis candidatos a deputado estadual ou federal em2026. No caso de Hagge, o gestor chegou a se reeleger com 70% dos votos(23.639) em seu segundo mandato no ano de 2020 e em 2024, seu pai e candidato àsucessão, Eduardo Hagge, também chegou à prefeitura com 20.393 votos.
Em Iguaí, no médio sudoeste baiano, o prefeito Rony Moitinho(PSD), deixa a prefeitura após quatro anos consecutivos à frente do município eseu 3° mandato. Apesar de não ter conseguido emplacar um sucessor na saída, ogestor ainda possui boa inserção no município, tendo sido reeleito com 7.406(52%) em 2020 e 7.226 (53%) em 2016. Ainda não está claro se o prefeito devetentar uma candidatura estadual ou federal em 2026.
Após quatro anos à frente da Prefeitura de Castro Alves, oprefeito Thiancle Araújo (PSD), é um dos que deve buscar um novo cargo nopróximo pleito. Tendo sido eleito com 10.135 mil votos em 2016 e 12.252 em 2020(73,67% dos válidos), o gestor possui um bom histórico na região, chegandoa mais de 80% aprovação e vitória do candidato à sucessão no município em2024.
No extremo oeste da Bahia, o prefeito de Barreiras, Zito(União Brasil), também deixa o segundo mandato consecutivo após garantir aeleição do candidato à sucessão, Otoniel Teixeira (União). Informações apontamque após a vitória, o gestor deve buscar um novo cargo no legislativo baiano.
Por Bahia Notícias