'Já tentaram varias vezes, não conseguiram', diz Bolsonaro sobre hipótese de direita sem ele
Foto:Marcelo Camargo / Agência Brasil
Depois desofrer derrotas e, pela primeira vez, um relevante questionamento à sualiderança no campo conservador, Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira(29) no Senado não enxergar a hipótese de uma direita sem ele.
"Játentaram varias vezes, não conseguiram", disse o ex-presidente após sereunir com a bancada do PL no Senado e discutir uma anistia a ele [oex-presidente está inelegível] e aos golpistas que vandalizaram a sede dos trêsPoderes.
"Essescaras juntam quantas pessoas no aeroporto, em um bate-papo em qualquer lugar doBrasil? Não sabem a linguagem do povo. Muitos têm uma utopia. Todos quetentaram se arvorar como líder através de 'likes' e de lacração não chegaram alugar nenhum", disse Bolsonaro sem se referir a nomes. "Sãoconhecidos como estrategistas intergalácticos."
Oex-presidente teve a sua liderança contestada de forma robusta com acandidatura de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo, quando boa partedo seu eleitorado ignorou ataques e recomendação de voto em outro nome, o doprefeito Ricardo Nunes (MDB).
Já nosegundo turno, Bolsonaro sofreu diversas derrotas em cidades em que se empenhoumassivamente, entre elas Goiânia, em que foi derrotado pelo candidato dogovernador Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem travou uma queda de braçoparticular.
Bolsonarochegou a passar todo o dia do segundo turno na capital de Goiás e, após aapuração apontar a derrota do seu nome, deixou a cidade sem falar com aimprensa. Em entrevista à Folha, Caiado disse que a eleição aplicou uma lição aBolsonaro e que o país está cansado do seu jeito de fazer política.
"OCaiado é uma pessoa que, se você desagrada, ele vira seu inimigo. Por quatrovezes quando eu estava na Presidência, ele rompeu comigo. Na eleição agora, eletinha um candidato, eu tinha outro. Enfrentemos a máquina do governo do estado,a máquina da prefeitura, e uma busca e apreensão inexplicável na sexta-feiraantes da eleição", afirmou Bolsonaro nesta terça, se referindo à busca eapreensão contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por suspeita dedesvio da cota parlamentar.
Outro"aliado-desafeto" sobre quem Bolsonaro teceu comentários nesta terçafoi o pastor Silas Malafaia, que na eleição chegou a exclamar "queporcaria de líder é esse" ao falar sobre o titubeio de Bolsonaro entre osnomes de Marçal e Nunes em São Paulo.
Bolsonarodisse que ficou chateado com Malafaia, mas que mandou "coraçãozinho"em reposta e que, para ele, está tudo bem.
Oex-presidente também mencionou o crescimento do PL nas eleições municipais,dizendo que boa parte do crescimento de outros partidos de centro e de direitase devem ao que ele chamou de um "amaciamento de terreno" feito peloPL -e lamentou Fortaleza, onde o PT derrotou o bolsonarista André Fernandes(PL) por pouco mais de 10 mil votos. "Faltou um tiquinho."
Bolsonarovoltou ainda a afirmar que sua intenção é lançar a ex-primeira-dama MichelleBolsonaro ao Senado pelo Distrito Federal, em 2026.
Por BahiaNotícias