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Banco Central reduz ritmo e corta taxa básica de juros em 0,25%; Selic cai a 10,5% ao ano

Justiça 08/05/2024/ 21:27:15
Banco Central reduz ritmo e corta taxa básica de juros em 0,25%; Selic cai a 10,5% ao ano

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 

Na sua terceira reunião em 2024,nesta quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central(BC) decidiu, pela sétima vez consecutiva, cortar a taxa básica de juros, aSelic. Entretanto, ao contrário das últimas vezes, a decisão dos membros doCopom foi por um corte de apenas 0,25%, e não de 0,5%, como vinha acontecendonas reuniões anteriores. 

 

Com o novo corte promovido pelosmembros do Copom, a taxa de juros do país caiu a 10,50% ao ano (antes estava em10,75%). A decisão muda o plano traçado em agosto do ano passado, quando oCopom iniciou o ciclo de cortes de 0,5% na taxa Selic. Naquele mês, os jurosestavam em 13,75%. Antes do início dos cortes, a Selic ficou estacionada nos13,75% por 12 meses, desde agosto de 2022. 

 

De acordo com o comunicadodivulgado no início da noite desta quarta, a decisão de reduzir o ritmo decortes na Selic se deu por conta do aumento das incertezas no cenário externo.Segundo o BC, a redução de juros nos Estados Unidos fora do radar pelo menos noprimeiro semestre, e também no interno, com risco fiscal aumentado para oBrasil, pesaram no corte de apenas 0,25%.

 

O Copom, em seu comunicado, nãorepetiu a indicação feita nas reuniões anteriores, de que haverá novos cortesadiante, ressaltando que futuras reduções na taxa básica de juros dependerá dedados para a continuidade a atual política monetária. O BC também destacouque, a despeito do corte desta quarta, os juros permanecem em “patamarcontracionista”, essencial para o controle da inflação.

 

A decisão do Copom já eraaguardada pela grande maioria do mercado, que projetava o corte de 0,25%.Economistas consultados semanalmente pelo Boletim Focus do Banco Central dizemacreditar que mesmo com a redução no ritmo de cortes, a taxa de juros chegaráem 9% ao final de 2024. Se for confirmada essa previsão, a Selic encerrará oano em um patamar um pouco abaixo do registrado em dezembro de 2021 (naocasião, o Copom elevou a taxa em 1,5%, elevando a Selic de 7,75% para 9,25%).

 

Em entrevista ao jornal Estadode S.Paulo, na manhã desta quarta, o economista Armando Castelar, do Ibre/FGV,já antecipando a redução no ritmo de corte, disse entender que a mudançado quadro externo foi o gatilho para essa postura mais conservadora do BancoCentral. Segundo Castelar, o cenário só piorou com a revisão das metas fiscaisno Brasil.

 

"Os riscos são grandes, dequal é o piso que se tem de juros, até onde se pode ir em função dos jurosaltos nos EUA, que sugam o capital global. O déficit elevado por lá significaque eles precisam se financiar com os mesmos recursos que vão para paísesemergentes, como o Brasil", afirmou o economista.

 

Por Bahia Notícias

 

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